Síndrome do Anticorpo Antifosfolípide (SAAF): quando o corpo ataca sua própria circulação

Você sabia que o próprio corpo pode, em alguns casos, produzir anticorpos que favorecem a formação de coágulos?

É exatamente isso que acontece na Síndrome do Anticorpo Antifosfolípide, conhecida como SAAF. Trata-se de uma condição autoimune, em que o sistema imunológico produz anticorpos que atacam estruturas envolvidas na coagulação do sangue — o que pode gerar tromboses, abortos de repetição e outras complicações circulatórias.

🩸 O que causa a SAAF?

A síndrome pode ser primária, quando aparece sozinha, ou secundária, quando está associada a outras doenças autoimunes, como o lúpus.

O principal problema está no fato de que esses anticorpos interferem na forma como o sangue flui e coagula, favorecendo a formação de coágulos em locais onde não deveriam existir — como nas pernas, pulmões, cérebro e até na placenta, durante a gestação.


🚨 Quais são os sinais e riscos?

Os sintomas podem variar bastante, mas os mais comuns são:

Trombose venosa profunda (dor, inchaço e vermelhidão nas pernas)
Tromboembolismo pulmonar (falta de ar súbita, dor no peito)
AVC (derrame) em pessoas jovens
Abortos espontâneos de repetição ou pré-eclâmpsia na gestação
• Alterações em exames de sangue mesmo sem sintomas (detecção dos anticorpos)

Por isso, a história clínica é fundamental. Se há histórico de trombose sem causa clara, perdas gestacionais ou exames alterados, é importante investigar a presença dos anticorpos antifosfolípides.


💊 Existe tratamento?

Sim, e ele varia conforme o risco individual de cada pessoa.

Para quem já teve tromboses ou abortos, o tratamento costuma incluir anticoagulantes (como a varfarina ou a enoxaparina) e AAS (aspirina em baixa dose), principalmente em situações de risco como cirurgias, voos longos ou gestação.

Para mulheres grávidas com diagnóstico de SAAF, o acompanhamento deve ser próximo e feito por equipe médica especializada — pois os cuidados certos podem garantir uma gestação segura.


🔎 A SAAF não é uma sentença — mas exige atenção.

Com o diagnóstico certo e acompanhamento adequado, é possível viver bem e com segurança, mesmo convivendo com a síndrome.

Se você ou alguém próximo tem histórico de trombose precoce, abortos recorrentes ou exames de coagulação alterados, procure um especialista. Seu sangue pode estar contando uma história que merece ser escutada.

Ficou com alguma dúvida? Me procure em minhas redes sociais, por lá abro caixinha de perguntas com frequência para auxiliar vocês.

Dr. Luiz Felipe Becker – Médico Hematologista

Agende sua Consulta

Luiz Felipe Becker - Doctoralia.com.br