Você fez um exame de sangue, viu que a ferritina está aumentada e já pensou: “Estou com excesso de ferro?”.
Mas e se eu te dissesse que, na maioria das vezes, ferritina alta não significa excesso de ferro… mas sim inflamação?
👉 A ferritina é uma proteína que armazena o ferro no nosso corpo. Mas ela também se comporta como uma proteína inflamatória: quando há inflamação crônica, infecções ou alterações no fígado, seus níveis podem subir — mesmo quando o ferro está normal (ou até baixo!).
E é aí que entra a esteatose hepática, a famosa “gordura no fígado”.
Essa condição, cada vez mais comum, pode acontecer mesmo em pessoas magras e sem sintomas.
Ela está associada a hábitos de vida, alimentação ultraprocessada, sedentarismo, resistência à insulina…
E quando o fígado está sobrecarregado, ele entra em estado inflamatório — elevando, entre outras coisas, os níveis de ferritina no sangue.
📌 Resultado: o exame mostra ferritina alta, mas o paciente não tem excesso de ferro — e sim um fígado que precisa de atenção. Nesse caso, a sangria (retirada de sangue periodicamente), costuma ter impacto pequeno no tratamento.
Por isso, avaliar ferritina isoladamente pode levar a erros de interpretação e até tratamentos desnecessários (como tomar quelantes de ferro ou cortar alimentos ricos em ferro, sem necessidade).
✅ O ideal é uma investigação completa, que inclui:
– Exames de ferro, transferrina e saturação
– Exames de função hepática
– Avaliação do estilo de vida (alimentação, sono, atividade física)
Seu corpo fala em detalhes. A ferritina é um dos sinais. E entender o porquê dela estar alterada pode ser o início de um cuidado mais profundo — e de verdade.
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Você ficou com alguma dúvida sobre o tema? Me procure nas minhas redes sociais, abro caixinha de perguntas com frequência para responder vocês. Até breve.
Dr. Luiz Felipe Becker
Médico Hematologista