Quando ouvimos falar em transfusão, muita gente logo pensa em “transfusão de sangue”. Mas nem sempre é o sangue completo que o paciente precisa.
Em muitas situações clínicas, o que está em falta não são os glóbulos vermelhos, e sim as plaquetas, que são células essenciais para estancar sangramentos e manter a integridade dos vasos sanguíneos.
É aí que entra a transfusão de plaquetas, um procedimento simples, seguro e que pode ser fundamental para salvar vidas.
🩸 O que são plaquetas?
As plaquetas são fragmentos celulares produzidos na medula óssea. Elas têm um papel fundamental na coagulação do sangue. Quando sofremos um corte, por exemplo, são elas que correm até o local para “tampar” o vazamento e iniciar a formação do coágulo.
Quando o número de plaquetas cai muito, o que chamamos de plaquetopenia, o risco de sangramentos aumenta, mesmo sem lesões visíveis.
⚠️ Quando é necessário transfundir plaquetas?
As transfusões de plaquetas são indicadas em casos como:
• Quimioterapia ou transplante de medula, que reduzem a produção de plaquetas
• Doenças hematológicas como leucemias e síndromes mielodisplásicas
• Sangramentos ativos em pacientes com plaquetopenia grave
• Antes de cirurgias ou procedimentos invasivos, quando o número de plaquetas está muito baixo
• Algumas infecções graves (como dengue ou sepse), que também podem derrubar as plaquetas
A transfusão ajuda a estabilizar o paciente e prevenir sangramentos graves, especialmente em situações críticas.
💉 Como é feita a transfusão?
A transfusão é feita por via intravenosa, de forma semelhante à transfusão de sangue. As plaquetas podem ser extraídas de um único doador (plaquetoaférese) ou de várias bolsas de sangue total combinadas, o que é mais comum.
É um procedimento controlado, seguro e monitorado, com baixo risco de complicações. Mesmo assim, sempre é feita uma avaliação criteriosa da necessidade.
👩⚕️ Nem todo número baixo exige transfusão — mas quando exige, ela pode salvar.
É importante entender que a transfusão de plaquetas não é feita “por rotina”. Ela segue critérios bem definidos, considerando sintomas, doenças de base e riscos de sangramento.
Se você tem plaquetas baixas ou vai iniciar um tratamento que afeta a medula óssea, converse com seu hematologista. Estar bem informado ajuda a tomar decisões mais seguras e tranquilas.
Ficou com alguma dúvida? Me procure em minhas redes sociais, por lá abro caixinha de perguntas com frequência para auxiliar vocês.
Dr. Luiz Felipe Becker – Médico Hematologista